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Subreddits relacionados:
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Horizonte:
Escoando em todas as direções
Infinitas
Unidade em Pares
Nos meus olhos Um Único horizonte
Direções
Me desfaço de todos os horizontes
Em todas as direções
Por sua delimitação
Repetição:
Dualidade
A Bela e a Fera
Romeu e Julieta
O Rato e o Queijo
Dois em Um
Leve Dois Pague Um
Confissão:
Sou estúpido
Gago
Em cada canto
Em cada letra
Sem nenhum horizonte
Pro inferno as direções
Sou gago
Serei mudo Um dia
Trindade
Três em Um
Fim
Ponto
Final
EchoIniesta
Por que sinto falta do que nunca tive,
Falta do amor que não pude ovacionar?
Aprendiz de quem vive e espera morrer,
Perecer ao sim da expectativa e ao não do amor.
O que fiz, se não nascer?
Se é que nasci… ao menos não para ti.
Na sala escura, apalpo borrões, achando ser você:
Sem dengo, sem olhar, sem caminho a seguir.
Nem ao menos um fim do que não começou,
Do, enfim, sentimento que o vento deixou.
Sobras de mim ao sol, onde comem os abutres,
Alimentando o gostar de velhos costumes.
Quisera eu ter algo a despojar sob teu vestido,
Poder chorar ao pé do teu umbigo e dizer-te:
Por ali dormir e, assim, ser visto.
Acariciado apenas por ser, apenas pelo que sinto,
Por ser diferente, por uma tristeza maior,
Ou por um amor inexistente.
Carpe Noctmoon 🌙
O forte de mentira tem medo do fraco
Pois o fraco o lembra da fraqueza de que ele tanto foge
O forte de mentira tem medo de sentir
Pois sentimentos o lembram de que ele não é tão forte assim
O forte de mentira tem medo de ter medo
O forte de verdade olha no olho do fraco
Pois sabe o quão forte o fraco pode ser
O forte de verdade sabe que sentir é a sua verdadeira força
Pois chorar exige mais coragem do que se fazer de forte
O forte de verdade é forte porque sabe que é fraco
(1)
''O universo é ampla imensidão
Espaço frio, o tempo em expansão
A luz reflete a alma
O cosmos pede calma
Seguimos em espaguetificação
Olhe ao seu redor, caro mortal
Diga-me se o bem venceu o mal
Jogue-se ao abismo
Em prol do seu teísmo
Que a morte é vida no seu mapa astral
(ponte)
Expansão
Oração
(refrão)
Nós viemos do caos
Para ao caos retornar
Se a carne pede fogo
Então deixe queimar
A morte é sua luz
Mas também, seu pesar
Enquanto vocês clamam
Eu canto hahaha
Eu canto hahaha
(2)
O universo é força e rotação
É a luz que vai sem direção
Buscamos a pureza
Na nossa natureza
Que é parte dessa grande imensidão
Do todo, somos nós apenas pó
Um ponto azul num mundo bem maior
Queremos nosso trono
Dormimos nosso sono
E amanhã, se estivemos sós?
(ponte)
Expansão
Oração
(refrão)
Nós viemos do caos
Para ao caos retornar
Se a carne pede fogo
Então deixe queimar
A morte é sua luz
Mas também, seu pesar
Enquanto vocês clamam
Eu canto hahaha
Eu canto hahaha
A flacidez de minhas palavras saltam-me pela boca, as angustiosas batidas de meu coração não param, mesmo com suas fissuras. O acre da sina pertuba-me, mesmo com meu peito impelindo o lúgubre que toma conta de minha mente.
Meus ossos parecem no lugar certo, retos demais, então por quê minha mente diz o contrário?
Tatuei, na mais ínfima parte de meu coração, o peso da amargura: os arrependimentos, os desejos que nunca supridos, as necessidades reprimidas, o exasperante pandemônio que habita em minh’alma puxando-me para um vazio estreito, onde não me reconheço ou encontro-me. Neste vazio, a única coisa visível é a dolorosa dúvida do “seria tão mais fácil se…” que vem à minha mente quando vejo aquelas janelas do segundo andar, mordo meus lábios em sinal de repreensão. Em mim habita tudo, ao mesmo tempo nada, porque sou tudo e nada, me conheço e não me conheço.
Deixa-se a paixão
Então depois de passar
Por um obscuro pesar
Nos lança enquanto desaparece
O martírio de um sedutor olhar
E essa dor, esse desprazer violento
É um banquete ao amago
Pra ja empapuçada calma circadiana
As vezes, por isso, no ardor de um tapa
Sinta-se, na verdade,
Um breve acalento, que te abraça
Num paradoxo gentil e doloroso
No contraste celeste e rubro
Dançam até o fim
Onde se apagam ao chão
Uma fração de segundos
Sentidos variados
Funde, corta, fere, arruma
Filhas do sol dos homens
Que foi criado na terra
Elas são o que pra mim?
Minha dor no brilho
Lúdico e fatídico
Refletem o meu ser
Se eu pudesse escolher
Guardava todas elas
Com amor por serem belas
Fortes e amarelas
Com desejos tão simplórios
Em suas jornadas efêmeras
Hora grande quem pequena
Se alastra pelos campos
Tais temidos pirilampos
Entre a cura e o sofrimento
Todas elas nascem puras
Quem desvia é o momento
É diferente
É diferente
Vou repetir
Não é igual
Eu vejo
Estou dizendo a verdade
Pode ser diferente
Vendo igual
Você vê que pode ser diferente
Algo
Não sei direito
Não sei nada
Não é vago
Você sabe
Talvez alguma coisa que
Não sei
Você pode entender algo
Algo
Não é vago
Foram meus olhos
Os seus são assim?
Só tenho esses
Não sei direito
Não é a mesma coisa
Pode ser o mesmo
Depende
Não tenho tanta certeza
Você viu também?
Ela
Echoinesta
Como pode o artista deixar de mexer com o íntimo do humano, não havendo particularidade naquilo que faz, noção concebida por quase todos, que na verdade são poucos que atrevem dizer que “deram uma chance”.
Não se trata de atingir a alma do homem, mas sim do renome do passado. Não existe um grande abismo do que é feito e do que se espalhou pelas noções cultas das distintas eras.
Não foi a arte que se tornou apatia e distinta das sensibilidades humanas, mas sim o humano que se tornou ciente das possibilidades tangíveis e anseia por isso como a mais cobiçada das “experiências”, mas que ainda se faz de cego quando encontra, pois “não poderia ser tão fácil”.
Viciados demais para perceber que não há banalidade nenhuma no que aquele indivíduo perto de nós, o bastante para sentir sua respiração em nossa nuca, produz.
Em um mundo onde um mar de “experiência” se alastra pelo ar e a todos nós atinge, aquele que faz algo se torna apenas mais um, “como pode haver beleza nisso”.
Aos grandes exaltados do passado não cabia um fardo tão pesado, tinham entre si o discernimento uns dos outros e entre si buscavam a inspiração, mas não eram seu próprio povo que tudo já havia escutado, sendo para nós esse agravante, em nosso tempo o contato de quem já tinha a noção prévia de quem já viu o mesmo diversas e o ato de “enjoar”.
Nota do autor: Ainda está incompleto, mas já dá para passar a mensagem. Ah, e eu "acho" que estou usando a tag do jeito "errado", mas aí ela faz jus ao "meta".
Imagens, contos, cenas, músicas ou mesmo palavras, é difícil internalizá-las, pelo menos para mim, pois elas sempre vêm acompanhadas de emoções fortes.
Mas como é difícil de explicar isso, explicar que não foi aquela visão que apreciamos, aquela batida lenta e quase melódica ou mesmo o clima frio de chuva que me fez sentir coisas, mas que eu apenas, por um momento, pensei em algo para além.
Além das circunstâncias que nos cercam, além das coisas que nos alcançam, além da superficialidade do “sentir”.
Um lugar de apenas sensação, onde um mundo se molda e se constitui em torno do sensível. Fabulei um sentimento, um ausente onde vivo ou como vivo, e imaginei como alcançá-lo. Se por um acaso, algo surgir em meio rosto de forma que fomente a incerteza do momento, talvez eu tenha alcançado.
Para mim é tão difícil de dizer ou falar, porque a casca dura, de superfície rochosa, não deixa os calorosos raios de sol alcançar minha pele, talvez por isso.
Queria ser feito de Lego
Bater a cabeça bem forte na parede
Me desfazer em pedacinhos
Ficar lá, desmontado
Até alguém juntar a bagunça
E montar tudo de novo
Com todas as peças no lugar
Menos aquela pecinha amarela
Que não me deixa parar
De amar ela
Não que eu goste muito de tristeza
Mas é mais um prato do restaurante
É bom sair pra comer assim
À beira do mar
Mas falta pro por do sol
O rubro marejado do teu olhar
Uma leve lufada empurrou a poeira
A dor e sofrimento dessa poesia já morreram
Toda fantasia há de morrer junto do teu pessimismo
Há quem diga que são a mesma coisa
Mas há de certo, por te esvaecer, esse tom ensaboado
Se me perguntares o que és
Seras somente uma memória
E como a chama de uma vela
Que já iluminou as noites de alguém
Que se fez referência na escuridão
Agora com um sopro se esvai
Esquecida na luz da alvorada
Esse teu cheiro de buceta vem me buscar aqui em Maranguape. E vem fedendo forte sete dia de saudade.
Vem fedendo eu nú e tú despindo, mostrando pouco do teus peito, do teu cio e coração.
Fedendo esse teu fuder de boca que lambe, que morde e que chupa, e só machuca quando eu na lonjura do teu beijo.
Geralmente está é assim
Explosões que não tem um fim.
Terra e raio.
Vazio e preenchimento
Sutileza e densidade, devaneios e pontos de lucidez.
Tão irônico quanto a vida, só alguém que guarda a caixa de Pandora no peito e a lucidez ancestral na cabeça.
Tão irônico quanto um deus com inveja de um mortal. Só não mais cômico que alguém que se sente um Deus e um mortal ao mesmo tempo
Irônico, não ?
Cena:
Cinema
Na Cena:
Caso de demência, Botânico idealista e demente
Um botânico que só enxerga flores, cego para espinhos. Tudo o mesmo, gastado e ruído, ainda novo. Morto-vivo mágico grosseiro entretenimento para alguém.
Ainda não esgotado os bilhetes. Sempre imprimem novos bilhetes aqui no cinema. Uma pena, mas que sorte. Sorteados. Estão no filme de sempre e sempre. Continuam e sempre.
Minto, ia dizendo que é diferente
O mesmo.
O filme não vai sair de cartaz. Todos cansados e os bilhetes são vendidos para sempre, levam pro mesmo filme diferente. Não estão cansados. É um caso de hipnose coletiva!? O filme é o mesmo como ia dizendo..
Diferente, fui dizendo
perdão.
Para o infinito de possibilidades. Mas estou numa piscina circular. Não é nem uma piscina, como ia dizendo.. é só um círculo,
Circocircular
Esqueci de lembrar
Não de esquecer
EchoIniesta
O ódio do existente brutaliza como adaga torpe.
bato nos limites que possuo e brado
por não portar algum conteúdo duro,
uma ideia de grandeza quimérica
mas que parece permear o conjunto percebido.
A poluidora insuficiência, impostora atroz, vem oriunda
da deliberação leviana que dilui o tempo
e torna violento o ato de fitar
o que é basilar na pessoalidade.
O ardor duma arbitrariedade evitável se exacerba
e nesses termos vacantes tento jorrar valor
que assemelha mais ficção grudada à pretensão.
Depois de 8 horas de trabalho na biblioteca, tudo que eu queria era poder chegar em casa, dar um beijo na minha garota e descansar a mente no travesseiro. Ainda teria que passar uma hora no trânsito por conta do horário de pico, sabendo disso, bati o ponto de saída e arrumei minhas coisas na mochila o mais rápido que pude, os esforços foram quase nulos.
No meio daquele rumoroso, buzinas e mais buzinas apunhalavam cada vez mais a minha dor de cabeça, que naquele momento, era quase insuportável, todos os meus pensamentos se voltavam para o aconchego de casa, ver minha princesa e nossos filhos, o Sovaquinho, um gato laranja extremamente carente, durante a madrugada não nos permite dormir em paz exigindo carinho, e o Solo, cachorrinho caramelo que apareceu sozinho na nossa porta numa manhã de sábado.
Eram quase 19:30 quando respirava aliviado vendo o portão de madeira que protegia outros 3 grandes pedaços do meu coração, os mais importantes. Colocando a chave no cadeado, senti um vento frio e ameno, nossa rua podia ser perigosa, mas nunca pude reclamar do vento frio, bastava poucas horas de roupa estendida no varal e estava tudo sequinho. Solo sempre gostou mais dela, não fez muita cerimonia ao me ver, fiz um breve afago, tirei meus tênis azuis surrados do dia a dia do trabalho, que sinceramente, não via uma escovinha fazia uns bons dias e entrei em casa. Logo tranquei a porta ao entrar, soube de imediato que o Sovaquinho tinha usado a caixa de areia que ficava embaixo do balcão próximo a cozinha, maldita areia barata!
Deixei minha mochila num canto atrás da porta, tirei a camisa suada do dia inteiro e fui entrando no quarto. Ela estava deitada na cama, na penumbra, sendo iluminada pela luz do banheiro que ficava ao lado. Ôh, mulher para odiar a claridade! Que bela visão tive, a luz batia no seu rosto, marcando o nariz mais perfeito que pude ver na vida, era quase como música, tudo naquela garota se conectava com harmonia, a silhueta da boca semiaberta parecia como dia chuvoso, nuvens grandiosas, tipo de dia em que na infância, você se senta na varanda de casa e apenas fica admirando a chuva cair, o tempo passar, ver a vida acontecendo, nada me trazia mais paz.
Foi uma semana difícil, era um daqueles momentos em que a vida descarrega todas as suas frustações, ela estava mofina, eu também estava, mas não podia deixar transparecer, deslizei minha mão no seu rosto, senti o perfume do seu cabelo recém lavado e dei um beijo, trocamos algumas palavras. Estava esgotado, fui beber água para hidratar a garganta, vi que a louça estava suja, pouca coisa, alguns talheres e copos do café da manhã, sempre gostei de fazer tudo ouvindo música, tenho tendencia à músicas relaxantes, Feng Suave, Dope Lemon, Hotel Ugly e coisas do gênero.
Estava no aleatório, as leves e suaves melodias da música começaram a se misturar com sons de choro vindo do quarto, aquilo foi como um tiro no meu peito, não tive forças nem coragem para perguntar o que tinha acontecido. Lavei 1, 2, 3 colheres, 2 pratos, 2 copos, tudo lentamente, a fim de adiar a realidade. O sabão escorrendo pelo ralo da pia fazia-me lembrar dela, o chacoalhar dos copos me lembrava ela, passar o nosso guardanapo do Snoopy para enxugar os pratos me lembrava ela. Não pude mais fugir, fui em direção ao quarto quando começou a tocar Shut Up My Moms Calling. Cheguei manso, sem saber o que fazer, meio que num impulso, pedi para que segurasse minha mão, hesitantemente me acompanhou até a sala, enxuguei suas lágrimas e colei seu corpo no meu, segurei pela cintura e sem dizermos uma palavra sequer, começamos a dançar.
De repente, tudo tinha acabado, não havia problemas, não havia preocupações, nem o dia seguinte, nem o cheiro terrível da caixa de areia do Sovaquinho, nem os latidos ao fundo do Solo porque algum gato passou na rua, nem as roupas para buscar no varal. Era somente nós, nosso momento, nossa dança desajeitada, o cheiro de perfume no ar, os batimentos sincronizados, a troca de calor, podia ver pelas sombras o movimento da sua camisola de usar em casa, fechei os olhos e estava entregue, essa é a mulher da minha vida.
Passou uns 2 minutos, como o universo é gracioso e brincalhão, nossa pausa da realidade, nosso breve refúgio foi interrompido, meu celular começou a tocar. Minha mãe estava ligando, mostrei-a, caímos na risada e em si. Estávamos de volta para a realidade.
Amar o próximo como a si mesmo ou antes amar o próximo em lugar de si. O amor a si, pesquisou no outro para encontrar-se, se encontrou com os olhos abertos, bem abertos. Uma vez nosso egoísmo, nossa primazia, narcisismo do tu, uma empatia do eu, moral de um solipsista às avessas?
Ao primeiro lugar digo, ao sobrepujar todos reclamo. Desejo ser vencido por hoje, me esconder para ser achado, que vença em perder. Quanto menor o tamanho, maior medida?
Não é o carpinteirozinho, filho de Maria e José que andou em nosso meio, crescendo como nós que diz ter uma boa-nova? Que credibilidade têm os trabalhadores da carpintaria para falar com autoridade divina?
Deus nasceu em um lugar para bichos, animais, um estábulo na cidadezinha de Belém? Foi o que contaram as estrelas. O maior e lava os pés dos seus próprios discípulos? Esse reizinho usou uma coroa, era ela feita de espinhos? Implantada na fronte como chacota de morte que era para vida? Que escárnio. Quem foi cuspido no rosto? Quem tomou uma bofetada?
Proeza de um Rei, legitimamente o único Rei, podê evadir-se em trapos de homem ou melhor sendo Deus-homem. Deus ou homem?
O homem antes nu, está vestido. Tomou Ele as vestes esfarrapadas de nossa lepra e emprestou a divindade da sua majestade. Trocou as roupas ou duplicou os pães?
Ele é o último primeiro, o unigênito, alfa e ômega, princípio e fim. Finitude e eternidade. Totalmente outro?
Imolado antes da criação do mundo. Louva-se o desconhecido com conhecimento?
Entrou a eternidade neste mundo finito e agora se miscigenaram, confundiu-se sem separar-se ou juntar-se. Houve uma prostituta, um ladrão, o gadareno e os porcos. Sagrado ou profano?
A verdade que testifica da verdade. Proclamação e fundamento. Fundamento e proclamação. Verbo e Palavra. Paradoxal ou irracional?
O olho perdeu força, como um caso de miopia, na Verdade do visto, apalpado e que andou entre nós há dois mil anos. Um gracejo, doce zombar, escárnio, heresia contra toda racionalização que justamente esse seja o que chamam de Deus? Mas doutro modo, só Deus poderia ser desse modo?
O véu foi rasgado para que uma tolice fosse sábia ou não vendo pôde o homem enfim enxergar sua cegueira?
Eis nossa salvação. A felicidade que chora com os que choram, sofre com o sofrimento. Alegria do alegre.
Não se pode traduzir a fé.
EchoIniesta
Era finzinho de Novembro, e o cheiro de mudança preenchia o ar. No canto do quarto, um caderninho surrado repousava sobre a mesa, como quem guarda segredos e promessas. Ela o abriu, pausada, enquanto o sol entrava pela janela, iluminando palavras rabiscadas com cuidado.
Ali, entre linhas tortas e ideias soltas, estava a missão que decidiu abraçar: fazer uma faxina mental, não daquelas que apagam tudo, mas que organizam, limpam, devolvem espaço para respirar. Sabia que não carregava só o peso do ano, mas também de planos velhos que insistiam em ocupar o presente e memórias que tinham mais poeira do que brilho.
"Não sinto culpa por sentir o que sinto", escreveu com firmeza. Era o primeiro item a ser deixado para trás. Quantas vezes calou o coração por medo de parecer fraca? Não mais. Decidiu que sentir seria sua maior coragem.
Logo abaixo, rabiscou: "Planos que já não fazem sentido." Algumas ideias estavam ali só por teimosia, mais ligadas ao ego do que ao desejo verdadeiro. Precisava abrir mão para criar espaço para o novo.
Os pensamentos vieram como ondas: "Relações desequilibradas", "a necessidade de controlar tudo", "esse realismo pessimista que veste o disfarce de sabedoria", "idealizações rígidas que esquecem que a vida é fluxo". A cada frase, era como se algo se soltasse dela, como se o ato de escrever fosse varrendo os cantos mais empoeirados da alma.
Não havia pressa em apagar o passado. Ela sabia que cada erro, cada tentativa frustrada, cada memória, eram tijolos do que a sustentava hoje. Mas compreendia que a verdadeira força estava em honrar quem foi, enquanto abraçava quem estava se tornando.
Quando fechou o caderno, sentiu a leveza de quem não apenas se livrou de pesos, mas escolheu quais sementes queria plantar. O que o futuro traria? Isso ainda era mistério. Mas no presente, estava pronta para acolher o vento e a mudança, deixando para trás o que já não cabia em sua história.
E você? O que vai deixar pelo caminho na travessia para 2025?
Eu quero começar na música mas não tenho dinheiro pra investir o que eu devo fazer?
Estou assustado com as sombras.
Mesmo dormindo, estão à minha volta.
Eu quero muito gritar, mas me acabou a fala.
Repito a mim que não são nada além de sombras.
Elas têm olhos e me veem, respiram, e eu sinto.
Me esbarram, e eu choro: estou sozinho.
Arrepios a esses olhares ternos
Que observam e sussurram sobre meus versos.
Carrego-as em meu olhar,
Sem nunca escapar.
Onde vou, sob este céu,
Lá está o olhar abissal de uma alma afogada.
Há neve e pessoas em volta, e meu crânio sangra.
E o fim... ainda assim, me sinto escravo do medo.
Sombras esguias a me velar. A quem intercedo?
Sangue quente corria, mesmo no tíbio da vida.
Tão grandes sobre mim,
Como nuvens de tempestade,
Me vigiando como postes,
Sedentos por silêncio e passivos de maldade.
Carpe Noctmoon 🌙
O momento depois do choro; O alívio. Sensação de que ainda há uma fagulha de esperança
Depois da oração contida pelo desalento O desespero silenciado pelo grito abafado
A saudade do que não se teve Do que ainda não tem E do que não se tem mais
A vontade da solidão Mas de ter alguém presente
A voz que não cala Grita pedindo socorro Mas não tem som
O desejo do silêncio O vazio imenso que aguarda os que sentem muito Os que não sentem nada E os que sentem tudo...
O vazio sempre deseja algo Os olhos sempre anseiam algo As promessas também
Eu preciso escrever para dor se dissipar São como orações Quem vai entender isso?
Não quero reclamar para ninguém
Eu transformo a dor em algo poético Singelo Algo profundo e reflexivo É preciso; Saber transformar o que dói... Em algo bonito
Quero tanto te comer porque comer aqui tá me faltando.
Mamar tuas teta, mastigar teus ossos, te lamber de buceta à buceta. Chupar tanto teu tutano qu'eu ei de sangrar eterno em tua poesia.
E do teu cú quero mais que pedaço. Chupar e lamber até ter de cór do gosto à textura.
Maria, tú descansa perfeita, sentada na cabeça desse meu caralho duro.
O que alguns simples versos podem significar?
O que palavras soltas em dias de tédio e noites de tristeza podem fazer para me curar?
Será que aqueles que leem sentem o mesmo pensar que eu? De ver seus erros em sua frente, as consequências lhe encarando?
E é nesses versos que eu me enrolo, me embaraço e vejo o sentindo fugindo a cada pedacinho de sentimento colocado
Me sinto encantado por minha própria ilusão, criada pelas tristezas da vida, sustentada pelo pensamento profundo do dia a dia
Queria não pensar tanto nessas coisas, mas só me escapa, sabe? Que nem aquele "Eu te amo" que eu disse a ela.
Não era pra eu ter dito aquilo, mas naquele momento, que parecia um sonho acordado, minhas amarras foram tiradas
Alí, sentando naquele banco, com ela ao meu lado, o frio da noite me empurrando a falar, os meus pensamentos não estavam mais só dentro dos poemas
Eles estavam livres, fora das amarras da arte, com um ouvinte direto, sem aquele medo de errar
Mas aconteceu como deveria, ela só me distanciou depois de alguns dias, "O problema sou eu" ela disse
Uma vitíma da má sorte se culpando pelo destino. Como é que pode?
Enfim, tanto faz, continuarei minha ilusão e irei mostra-lá para um pedacinho do mundo
Afinal, o que é um poema sem alguém para ler?
Não é muito bom, mas eu escrevi com meu coração, precisava colocar pra fora. Obrigado por ler!
Cá estamos, à margem da linha do tempo, reféns dos neurônios, da respiração pulmonar e desta cela de ossos. Seremos vítimas do tempo, fadados a observar brevemente a existência, com uma singular consciência; e vai o ambiente moldando, a vida social atrofiando, a sede de vida se decompondo — tudo à mercê da entropia.
Que um dia estejamos pertos, em perfeição de matéria anímica, sedo a totalidade — abraçarei a todos que estiveram comigo, e ermo, vagarei pelas cinzas que a concretude deixou por sequela...
Sentia-me aberto. A vasta expansão me punha em queda livre.
Tive medo. Medo de liberdade em demasia, de ser uno com todas as coisas que são. De ser tão grande que já não me enxergaria.
Assim, construí uma gaiola usando as hastes do pensamento fixo.
Forjei cadeado e chave a partir de crenças verdadeiramente sólidas.
Enfeitei a tênue gaiola com seda onírica nas mais diversas cores.
Entrei. Tranquei-me.
Na gaiola nada havia senão tempo. Me pus como pensadeiro-mor em intensa produção.
Em dias mais isolados, um silêncio funesto, como que uma baioneta fisgando-me as costas, me incitava a assoviar melodias passarinhescas — cada nota, um lembrete de asas podadas.
Tinha plena consciência: da gaiola, do espaço, do medo.
E queria ser livre, sim. Mas simplesmente decidir sair me parecia responsabilidade demais.
Então esperava que alguém, ou algo, me libertasse.
Quem sabe alguma mudança abrupta? Algum abalo na vida? Uma grande perda?
Ou então um romance intenso? Uma conquista pessoal?
Queria sentir que mereci. Cumprindo uma longa pena, esperando por um longo tempo, ou através de esforços hercúleos.
Sem mais mentiras.
Nada é preciso. Nunca foi.
De mim mesmo e do mundo —
Sou livre.
Errado. Mas comum. Se estende ao medo de ser aberto e enfrentar o pesar dos sentimentos.
É escolher um emprego estável mas não ser feliz com ele, , estar nele mas desejar viajar ao mundo mas não ir por medo. Pois sofrer e aceitar aquela situação parace ser mais fácil do que fazer as escolhas difíceis que um sonho trás e encarar as consequências de sua escolha.
As pessoas são liquidas e os sentimentos junto a elas também. São assim por quê?
(texto escrito em momento de inspiração quando eu tinha uns 16 anos. Não sou escritora. As vezes escrevo para entender meus pensamentos)
É quase É quase que impossível ser feliz o tempo inteiro. A tristeza, e como crescemos com ela, é o que da o real sentido da felicidade. A tristeza sempre antecede a felicidade, porque a felicidade é a "recompensa" da tristeza e a tristeza é a causa da felicidade.
Quando entendemos isso, percebemos que a tristeza não é tão má assim.
Chorar, sofrer, hurtar. Isso tudo nos faz refletir e refletir nos faz crescer, amadurecer. Se não sofremos, não crescemos e não amadurecemos. Se não amadurecemos, não nos sentimos felizes, não conseguimos enfrentar nossos próprios problemas. Dessa forma, não vivemos porque não conseguimos suportar e aceitar o mundo, e isso é o mesmo que não viver